sábado, 25 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
LULA SÓ PENSA EM IR PRESO PARA SE FAZER DE VÍTIMA, PERSEGUIDO E COITADINHO...
Luisa Bustamante e Thiago Prado
Depois de uma
temporada preso e uma luta feroz contra um câncer no pâncreas, o ex-deputado
federal Roberto Jefferson (PTB) prepara o retorno à cena política. Decidiu
disputar uma vaga na Câmara dos Deputados no ano que vem – resta saber se pelo
Rio de Janeiro, seu estado de origem, ou São Paulo. Condenado por corrupção no
mensalão, ele aguarda apenas a decisão da sua filha, a deputada Cristiane
Brasil, que estuda se candidatar ao Palácio Guanabara. Aos 63 anos, Jefferson
recebeu VEJA para uma conversa em seu escritório no Rio: opinou sobre a
operação Lava-Jato, desafiou Lula a ser candidato em 2018 e admitiu que o bloco
do Centrão usou métodos ilegais para derrubar o PT do poder.
DEPOIS DE CUMPRIR PENA POR
CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO, O SENHOR ANUNCIOU QUE PRETENDE VOLTAR A SE CANDIDATAR
EM 2018. POR QUÊ?
Estou dentro da faixa etária que não deve se aposentar segundo a reforma da previdência. Falando sério, acho cedo para me recolher em casa, tenho muito a dar ainda. Minha carreira foi abruptamente interrompida no passado. Já tive a sentença do Joaquim Barbosa no processo do mensalão. Agora quero saber a avaliação do povo. Esta sim, soberana, muito acima da dele.
ACHA QUE LULA TAMBÉM TENTARÁ
VOLTAR A DISPUTAR ELEIÇÕES?
Torço para que tente de novo o Planalto. Esta sim será a grande sentença moral que ele irá receber: a derrota nas urnas. Vai valer muito mais do que um mandado de prisão expedido pelo Moro. Contra uma decisão judicial, Lula poderá sempre dizer que é vítima. A cara de pau para inventar discursos é imensa. Já ouvi recentemente que o Moro estava trabalhando para a CIA e que a Dona Marisa foi assassinada.
NÃO CONSIDERA QUE ELE PODE SER
PRESO ANTES DA CAMPANHA?
No fundo, é o que ele quer. Lula deseja ser preso para poder ter o discurso de que foi perseguido pela caneta togada do Moro. Ao contrário de 2005, no auge do mensalão, desta vez acho certa a tese do FHC. É importante deixá-lo sangrar até a eleição. Se Lula for preso, vai ter romaria com bandeira de foice e martelo todo dia na porta da penitenciária em Curitiba.
NA ÉPOCA DO MENSALÃO, O SENHOR
DIZIA QUE LULA ERA INOCENTE…
É verdade. Na CPI, falei: “Sai daí Zé, antes que faça culpado um homem inocente”. Hoje é diferente, são muitas as evidências: apartamento no Guarujá, sítio em Atibaia e o enriquecimento dos filhos. Mesmo assim, o Moro precisa ser inteligente e não prendê-lo. Lula precisa ouvir um basta da sociedade.
O QUE O SENHOR VAI DIZER PARA O
ELEITOR QUANDO FOR COBRADO PELO ENVOLVIMENTO NO MENSALÃO?
Vou perguntar se as pessoas acharam justa a sentença. Também quero saber se consideram que tive alguma importância na transformação que está ocorrendo no país. Fiz uma luta solitária no momento mais forte do PT no poder.
ENTÃO CONSIDEROU INJUSTA A SUA
CONDENAÇÃO PEDIDA PELO EX-MINISTRO JOAQUIM BARBOSA NO PROCESSO DO MENSALÃO?
Sim, ele exagerou. Uma coisa é o delito eleitoral, que eu sabia que tinha cometido. Outra é a corrupção. Encarei com serenidade aquela conduta histriônica do Joaquim Barbosa. Ele jogou para a plateia, só não esperava que anos depois apareceria o Sérgio Moro. Sem televisão ao vivo, um juiz de vara de primeira instância se tornou muito maior do que ele. Fico satisfeito de ver que o Joaquim Barbosa não passou para a história como o maior magistrado do país.
ESSA TESE DE SEPARAR CAIXA DOIS E
CORRUPÇÃO NÃO É UMA CONVERSA CONVENIENTE PARA POLÍTICOS APAVORADOS COM A
DELAÇÃO DA ODEBRECHT QUE VEM POR AÍ?
Acho que tem que haver a separação do joio do trigo. Uma coisa é quem recebeu dinheiro por corrupção para facilitar negócio para empreiteira. Outra, o financiamento eleitoral. Não se pode chamar caixa dois de corrupção.
MAS ESSA NÃO É UMA LINHA MUITO
TÊNUE?
Não. Caixa dois houve no Brasil o tempo todo, as empresas não participavam de campanha de outra forma. Elas sempre queriam dar 10% por dentro e 90%, por fora. Ninguém queria ficar exposto e aparecer em prestações de contas bancando um candidato que depois poderia perder a eleição.
FOI ESTE O SEU CASO?
Sim. Recebi 4 milhões de reais em caixa dois na eleição de 2004 em um grande acordo com o PT. Tudo entregue na sede do PTB pelo Marcos Valério em malas de dinheiro. Comprometi-me a não lançar candidato no Rio de Janeiro e São Paulo. Agora isso virar corrupção ativa?
E NÃO É?
Não. Corrupção é quando existe algum ato do executivo envolvido. Quando um agente público faz ou deixa de fazer algo na administração que lesa a sociedade. Eu não tinha como saber naquela época de onde o dinheiro vinha.
O ELEITOR ESTÁ DO SEU LADO NESTA
TESE?
Claro. Do taxista à caixa do supermercado, todos me cumprimentam hoje em dia. Recentemente, fui almoçar com a minha mulher em um restaurante em Copacabana e fui aplaudido de pé. Muitos dizem: “Obrigado por derrubar o José Dirceu, senão teríamos virado uma Venezuela”.
ATÉ ONDE VAI A OPERAÇÃO
LAVA-JATO?
Para o bem dela, acho que está na hora de parar de inventar. É hora de fechar o pacote, senão vira uma guerra napoleônica. Chega de aceitar novas delações. O país tem que andar para frente.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE A
LAVA-JATO E O MENSALÃO?
O mensalão era mais genérico e não tinha provas tão densas. Contas no exterior foram rastreadas com valores monstruosos. Ajudou também o fato de um monte de madame usar cartão de crédito para comprar roupa de grife.
A LAVA-JATO DESVENDOU UM ESQUEMA
DE RECURSOS MONTADO POR PT E PMDB. NÃO É CONTRADITÓRIO VOCÊ E SEU PARTIDO
BATEREM APENAS NOS PETISTAS?
Não. O governo Temer não está envolvido na Lava-Jato. Por enquanto só há fumaça contra os integrantes do governo, mas não há fogo.
TEMER NÃO ESTÁ TENTANDO PROTEGER
SEU GOVERNO COM A INDICAÇÃO DE ALEXANDRE DE MORAES PARA O SUPREMO?
Não há blindagem neste tipo de escolha. Por exemplo: quando o Lula nomeou o Joaquim Barbosa naquela cota para negros que ele criou no Supremo, jamais se imaginou que ele condenaria petistas. Os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli também agiram com independência mesmo depois de indicados pelo PT. Tenho certeza que Alexandre de Moraes seguirá pelo mesmo caminho. Ele é um profissional extremamente qualificado. Não tentará agradecer a indicação dando canetadas contra evidências em processos.
O SEU PARTIDO, O PTB, PARTICIPA
DO CENTRÃO DESDE OS TEMPOS DE EDUARDO CUNHA. VOCÊS CONTINUARÃO NO GRUPO?
Não, chegou a hora de passar uma borracha nisso. Aquilo foi um grupo montado para derrubar a Dilma Rousseff usando os métodos de guerrilha das FARCs: vendendo entorpecente, sequestrando e extorquindo. O mesmo jogo que o PT sempre praticou.
E POR QUE A MAIORIA DO SISTEMA
POLÍTICO SE ALIOU A ESTAS FARCS DURANTE O IMPEACHMENT?
Porque eles eram um mal menor ao país. O mal maior era o PT continuar no comando do Palácio do Planalto. Usaram instrumentos legais e ilegais? Sim, usaram. Mas chegou a hora de celebrar a paz como na Colômbia. Tem que desarmar todo mundo.
QUAL O CANDIDATO FAVORITO A
VENCER A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2018?
Geraldo Alckmin. Faz um governo muito sério em São Paulo e
emplacou o João Dória no primeiro turno.
MAS COMO FICA O AÉCIO, ATUAL
PRESIDENTE DO PSDB?
Este é um grande amigo. No período em que estive preso, sempre me enviou uma palavra de solidariedade através da minha filha. O problema é que ele perdeu as duas últimas eleições em Minas Gerais.
E O SERRA, QUE AGORA DEIXOU O
GOVERNO?
É um grande pensador, mas se afastou da gestão diária de um orçamento. O grande executivo tucano é o Geraldo.
MARINA SILVA TEM CHANCE EM 2018?
Não acho. O partido da Marina é um puxadinho do PT. Ela faz aquela pose de Madre Teresa de Calcutá, mas foi ministra desse governo petista que não teve ética alguma. Também não ficou sabendo de nada?
E A FEBRE BOLSONARO?
Este terá um grande desempenho. Pode chegar a mais de 20% dos votos. Sozinho e em um partido nanico, está fazendo um marketing impressionante na internet. É uma espécie de Trump brasileiro, representando a antítese da nova ordem mundial globalizante. Vai dar trabalho.
NO TWITTER, O SENHOR TEM SE
CARACTERIZADO POR ALGUMAS POSIÇÕES SEMELHANTES AS DO BOLSONARO. DEPOIS DE UM
PERÍODO ALIADO AO PT, É NESTE ESPECTRO POLÍTICO QUE O SENHOR SE SENTE MAIS À
VONTADE?
Nunca fui de esquerda. Perdi por 32 a 1 na executiva nacional do
PTB a votação que tratava desta aliança. Estava claro que não dava para
misturar água com azeite. Foi um grave equívoco apoiar o governo Lula em 2003.
O PT fez um projeto de poder populista. Queriam se perpetuar no poder de
qualquer jeito.
O PT ACABOU?
De jeito nenhum e nem desejo isso. O PT tem um papel importante. São melhores na oposição do que governando.
O QUE DIZER SOBRE A DESCOBERTA DE
QUE SÉRGIO CABRAL MANTINHA CONTAS NO EXTERIOR COM SALDO DE 100 MILHÕES DE
DÓLARES?
Nunca imaginei um esquema tão grande. Sinto muito pelo pai e pelos filhos dele. O que pesou para Cabral foi a sua falta de liturgia no exercício de um cargo público. Expôs-se demais em festas. Colocou guardanapo na cabeça para dançar em restaurantes. Isso demoliu o patrimônio moral dele.
DEPOIS DO SEU PERÍODO NO CÁRCERE,
QUE TIPO DE CONSELHO O SENHOR DARIA PARA O PRESIDIÁRIO CABRAL?
Ele tem que se reaproximar de Deus. É importante se reconciliar com valores religiosos e morais para que possa pacificar o seu coração. Cabral precisa admitir seus erros e pedir perdão para Deus e toda a sociedade. E vai ter que se preparar psicologicamente: pelo caminho que as coisas vão, a sentença judicial será muito dura contra ele.
O QUE MAIS CHAMOU A SUA ATENÇÃO
NA CADEIA?
Vi muitas coisas lá dentro. Eu que sou católico, aprendi a respeitar o trabalho feito pela igreja Universal. Também vi o PSOL trabalhando a favor de marginais sempre com o discurso safado de que a culpa de existir um estuprador ou homicida é da sociedade.
O QUE O SENHOR FAZIA PARA PASSAR
O TEMPO?
Lia livros e assistia TV. Vi o Brasil perder de 7 a 1 para a Alemanha na cela. Certa vez, acharam que eu ia me matar com extensores, mas estava apenas me preparando para malhar. O banho frio, o boi (buraco no chão que serve como vaso), nada disso me afetou. O mais difícil mesmo foi ficar isolado do mundo e longe da família por longos 14 meses.
@@@
- Fonte: O Estadão. - A manchete e as imagens não fazem parte do texto -
QUANTA HUMILHAÇÃO: LULA VAI TER QUE DEVOLVER AS “TRALHAS” QUE ELE E SUA MULHER SURRUPIARAM DO PALÁCIO DA ALVORADA
A
força-tarefa da Operação Lava Jato, no Paraná, pediu ao juiz federal Sérgio
Moro que autorize a Secretaria de Administração do Planalto a incorporar uma
parte das "TRALHAS" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao
patrimônio da Presidência da República.
Os
bens estavam no cofre-forte de uma agência do Banco do Brasil, em São Paulo,
segundo a Operação Aletheia – que levou o ex-presidente para depor de forma
coercitiva no dia 4 de março de 2016.
Na
ocasião, a Polícia Federal achou moedas, espadas, adagas, canetas,
condecorações e outros objetos de valor que estavam armazenados no cofre do BB
desde 2011, sem custo, segundo informou o gerente da agência.
Lula
afirma ter recebido o que ele classificou como "TRALHAS" de presente
quando exerceu os dois mandatos (2003/2010). Segundo a Procuradoria da
República, os objetos estavam em nome de Fábio Luis Lula da Silva, filho do
ex-presidente, e da ex-primeira dama Marisa Leticia Lula da Silva - que morreu
no dia 3 de fevereiro -, "conforme documentação que havia sido
anteriormente apreendida por ocasião do cumprimento de mandado de busca e
apreensão na residência do ex-presidente".
Em
ofício de 17 de fevereiro, a força-tarefa da Lava Jato afirmou a Moro que a
Secretaria do Planalto apresentou relatório e discriminou quais objetos devem
ser incorporados ao patrimônio da Presidência. O documento solicita ainda
"autorização para a tomada das providências necessárias para incorporação
dos bens em testilha ao patrimônio da Presidência da República".
O
pedido da Procuradoria destaca que os bens estão descritos no "item
61" de um documento da Secretaria de Administração da Presidência. "O
Ministério Público Federal requer que seja autorizada a Secretaria de
Administração da Presidência da República a adotar as providências necessárias
à incorporação, ao patrimônio da Presidência da República, dos bens descritos
no item 61 Relatório Final da Comissão Especial", solicitam os
procuradores. – A manchete e as imagens não fazem parte do texto original -
DEPOIS DO CARNAVAL VÃO PEGAR O LULA
ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA
DE DIVULGAR OS 77 DEPOIMENTOS DOS DELATORES DA ODEBRECHT, DIZ FERNANDO GABEIRA
EM ARTIGO PUBLICADO NO ESTADÃO:
O escritor Vargas Llosa
disse que a Odebrecht merece um monumento por ter revelado o mecanismo de
corrupção no continente. Naturalmente, referia-se ao modo de operar da empresa.
A Odebrecht, na verdade, revelou o mecanismo da corrupção, apesar dela.
A primeira etapa foi de
negação. Marcelo Odebrecht recusava-se a colaborar e orientava uma agressiva
tática de defesa. Funcionários da Odebrecht foram enviados ao exterior para
desfazer pistas, sobretudo na Suíça.
De fato, o mecanismo da
Odebrecht é monumental, incluindo o uso de um banco, de cervejarias e inúmeras
outras empresas que cobriam sua identidade. Mas a empreiteira só decidiu mesmo
revelar toda a trama, até a internacional, quando foi descoberto o seu setor de
operações estruturadas, que articulava esse IMENSO E SOFISTICADO LARANJAL.
O mérito real da
revelação do mecanismo que unificou quase todos os governos do continente na
mesma teia de corrupção é da Operação Lava Jato. Graças ao trabalho e à
competência da equipe de investigadores, todos os sistemas políticos ligados à
Odebrecht foram sacudidos e, em algum nível, terão de se renovar.
A LAVA JATO TORNOU-SE UMA
GRANDE AJUDA À IMAGEM DO BRASIL. EM MUITOS PAÍSES ONDE SE DEBATE O TEMA, É
CITADA COMO O EXEMPLO DE UMA INVESTIGAÇÃO BEM-SUCEDIDA.
Há outros ângulos desse
esquema de CORRUPÇÃO QUE ATINGEM a imagem do País. No Peru, por exemplo, foram
bloqueados R$ 191 milhões de oito empresas brasileiras ligadas à Lava Jato.
Empresas brasileiras,
assim no plural, aparecem nos títulos das notícias. O problema é que o Brasil
tem mais de 400 empresas operando no exterior. É importante que não sejam
chamuscadas, assim como é importante uma reflexão sobre como evitar que o
próprio brasileiro não seja visto com suspeição.
O MELHOR PARA ISSO,
CREIO, É AVANÇAR COM A LAVA JATO. O PASSO MAIS IMPORTANTE É LEVANTAR O SIGILO
DOS 77 DEPOIMENTOS DE DIRIGENTES DA ODEBRECHT. AFINAL, O QUE ELES REALMENTE
REVELAM SOBRE O GIGANTESCO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO?
É sempre possível
argumentar que o sigilo favorece as investigações. Mas minha tese é que, se há
um tsunami pela frente, é melhor passar logo por ele. Espero que o sigilo
prolongado não seja apenas uma visão paternalista de evitar que a crise
política se aprofunde, de supor que ainda o País não está preparado.
Acrescento outro
argumento: um pequeno grupo que conheça esses dados tem sempre um grande poder
nas mãos. É razoável que queira torná-los públicos para evitar interpretações
maliciosas sobre o prolongado silêncio.
No jornalismo
costumávamos dizer que notícia é como baioneta, sentou em cima, ela espeta.
Sentar em cima das delações da Odebrecht, de um fato histórico dessa dimensão
continental, TAMBÉM PODE SER DOLORIDO.
Todas as delações com
importância secundária já vieram à tona. A SENSAÇÃO QUE TENHO É DE ESTAR NUM
RESTAURANTE LENTO ONDE OS GARÇONS, DE VEZ EM QUANDO, TRAZEM ALGO PARA NOS
DISTRAIR, MAS O PRATO PRINCIPAL MESMO CONTINUA NO FORNO.
Pode ser que exista de
fato uma preocupação com o processo de retomada econômica e os duros passos da
jornada para recolocar o País no eixo – na verdade, uma escolha que significa
apertar agora para não submergir adiante. Embora muitos contestem, acredito que
o avanço das investigações e a recuperação econômica se entrelacem.
O governo tem uma
diretriz de reformas necessárias e está a caminho de realizá-las. Mas o próprio
governo já balizou o cenário em caso de ser atingido pela Lava Jato: quem virar
réu perde o cargo. É uma norma anunciada e se for levada a efeito, creio, será
recebida com a naturalidade com que se anula um gol de mão.
Supor QUE SEJA POSSÍVEL
retardar o processo político – o tsunami envolve todo o sistema partidário –
para não deter o econômico é optar por uma tática ilusória. É mais do que hora
de dar a palavra aos 77 delatores da Odebrecht. TENHO VONTADE DE COMEÇAR A
BATER O GARFO NO PRATO VAZIO.
A necessidade de saber
não é para contabilizar quem recebeu quanto, divertir-me com apelidos
folclóricos. É A NECESSIDADE DE PENSAR UM POUCO ADIANTE, TER UMA IDEIA DE COMO
É POSSÍVEL RECONSTRUIR UM TECIDO POLÍTICO DILACERADO.
Admiro a energia de
pessoas sentadas sobre o tsunami. Mas estão sentadas também sobre o futuro do
sistema político brasileiro, que depende desses dados para esboçar um mapa do
caminho.
Felizmente, uma revelação
dessa amplitude provoca visões diferentes. Com os dados na mesa, à disposição
de todos, podem dar bons frutos.
Há um certo encanto em
navegar na neblina, em improvisar ao sabor dos eventos. Mas é preciso pensar um
pouco adiante, antecipar alguns passos mentalmente.
Não se trata de moldar o
futuro, nem de fantasiar amanhãs que cantam. Apenas deixar esta fase de insegurança:
crise, desemprego, violência crescente, distância abissal entre sistema
político e sociedade.
Isso não pode dar certo.
Submete a democracia brasileira a uma tensão cada vez maior. E de uma qualidade
diferente do movimento das diretas. Ali estava em marcha a conquista de um
direito: escolher o presidente da República.
A realidade mostrou-nos
que não basta escolher um presidente pelo voto direto. É PRECISO CONSTRUIR UM
ESPAÇO PARA QUE SE MOVA COM DECÊNCIA. A atmosfera política decaiu de tal
maneira que bloqueou as saídas. É necessária uma implosão para abrir
horizontes. A delação não pode ser mais uma obra inacabada que a Odebrecht
contrata com o governo. A composição polifônica precisa ser entregue ao
público. DEPOIS DO CARNAVAL, VÁ LÁ. MAS, PELO MENOS, NO INÍCIO DO ANO NOVO
ALTERNATIVO, QUE COMEÇA NA QUARTA-FEIRA DE CINZAS. - As imagens e a manchete não fazem parte do texto original -
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Quem quer comprar uma MÁQUINA ELÉTRICA de assar galeto?!?!?!
Por Zezinho de Caetés
Alguém ainda lembra a queda na conta da energia elétrica em 2012, decretada pela ex-presidenta incompetenta Dilma Roussef? Ah, nós lembramos. Fomos à feira e compramos uma torradeira elétrica. Pois, sabem que estamos com vontade de vende-la agora?
Pois é, estamos pagando a conta da energia que a Dilma não pagou. Como já se sabe a incompententa não quer mais nem ser chamada pelo nome de batismo. Agora, ela é a Janete, faxineira dela própria. É compreensível que assim seja, pois se ela estivesse vivendo em um país onde tivesse um ditador de plantão ela já estaria presa, por crime contra a economia popular.
Transcrevo abaixo o texto da Míriam Leitão que entra nos detalhes da burrada feita por Janete em 2012, mexendo nos preços da energia de forma artificial e sem nexo. O texto é do O Globo e ela, a Míriam, o chama de “Choque persistente”, para mostrar que ainda não estamos livres, e pagando pelos erros da Janete.
Nós, como já dissemos várias vezes, fizemos um curso de Economia tempos atrás, e nem nos lembramos muito de tudo que aprendemos. Mas, lembramos sua principal lição: Não há almoço grátis, nem mesmo de capim, para dar a quem cometeu aquela burrada. E a estamos pagando até agora.
Mas, se só fosse isto, talvez estivéssemos melhor de vida. No entanto, a ideia persistente, de Lula e do PT, no passado, no presente e no futuro, para ficarem com o poder foram além de darem energia barata. Eles querem dar o paraíso aos pobres, que continuariam pobres, mas, ricos.
Esta é a eterna contradição das esquerdas. Tudo bem que se tentasse nivelar por baixo como fizeram todos os socialismos reais e que todos ficassem no mesmo patamar de riqueza ou pobreza. No entanto, isto sempre ocorreu com o surgimento de uma casta de dirigentes de vida nababesca, como Fidel, aquele ditador coreano que não sei escrever o nome, e outros.
Mesmo na China que hoje é um dos maiores países capitalistas do mundo, ainda mantém uma classe dirigente que finge comandar o país e se diz socialista em respeito a Mao-Tse-Tung, e o grosso da população que vive no capitalismo e gasta o fruto do seu trabalho como turistas nos países capitalistas.
NO
ENTANTO, O TEMA HOJE É A NOSSA CONTA DE ENERGIA QUE VAI ENCARECER MAIS AINDA.
TEM ALGUÉM AÍ QUERENDO COMPRAR UMA TORRADEIRA ELÉTRICA? FIQUEM COM A
MÍRIAM.
“A conta da eletricidade criada pela política da ex-presidente Dilma conseguiu a façanha de ser um passivo que precisa ser pago várias vezes. A mesma conta persegue o consumidor ano após ano. O erro daquela redução artificial das tarifas decretada em 2012 provocou o tarifaço, despesas para o Tesouro, crise econômica e reaparece como passivo das empresas de transmissão de energia.
O custo agora será de R$ 62 bilhões, mas em 2015 o país já pagou a mesma conta da desastrada intervenção nos preços de energia feita pela ex-presidente através do enorme reajuste das tarifas que ficou na média em 51%, mas chegou, em algumas cidades, aos níveis de 70%.
A conta de energia elétrica dos consumidores residenciais, hoje, é 33% mais cara do que antes de a presidente Dilma intervir no setor em 2012. Isso, levando-se em consideração a queda de 10% no ano passado, fruto da recessão econômica, que fez despencar o consumo, permitindo a revisão das bandeiras.
A MP 579 ficará para a história como o exemplo perfeito do que não fazer. O primeiro erro foi misturar política com decisões econômicas e baixar preços para usar como moeda eleitoral. Dilma gravou o comunicado ao país sobre a queda dos preços tendo ao seu lado o marqueteiro João Santana. Não era ano eleitoral, mas o plano era preparar uma peça publicitária. - A manchete não faz parte do texto original -
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
REDUÇÃO DA TARIFA DE LUZ FOI CHANTAGEM, VIGARICE E SABOTAGEM: TODA ESSA SAFADEZA FOI PRATICADA PELA DILMA PARA ENGANAR OS TROUXAS E GANHAR ELEIÇÃO...
A
intervenção da tirana búlgara no setor elétrico deixou como nefasto resultado
UM ROMBO DE 62,2 BILHÕES DE REAIS, valor a ser pago, como indenização, às
transmissoras de energia. E Dilma ainda viaja ao exterior para falar mal do
Brasil:
Mais
de quatro anos depois de a presidente Dilma Rousseff intervir no setor elétrico
para reduzir a conta de luz em 20% — queda que foi anulada por aumentos que
ultrapassaram 50% em 2015 —, um novo esqueleto do setor elétrico ganhou corpo
ontem. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) bateu o martelo e DEFINIU EM R$ 62,2 BILHÕES O VALOR DE INDENIZAÇÕES
A TRANSMISSORAS DE ENERGIA. O CONSUMIDOR VAI ARCAR COM ESTA FATURA NAS CONTAS
DE LUZ ATÉ 2025. A estimativa é que esta decisão
signifique um efeito médio de alta nas tarifas de 7,17% este ano. O valor do
reajuste que será efetivamente pago pelo consumidor, porém, depende de outras
variáveis que afetam a conta de luz — como subsídios, custo de geração da
energia de Itaipu, comportamento do dólar, entre outros — e é definido de
acordo com cada distribuidora. No caso do Rio de Janeiro, a previsão é que a
tarifa residencial suba 8,55% em março, percentual que já engloba o efeito das
indenizações.
Desde
que o governo decidiu interferir no setor elétrico, a conta de luz tem vivido
uma montanha-russa. Em 2013, a energia teve queda de 15,66%, alívio que foi
logo compensado por um aumento de 17,06% em 2014 e de 51% em 2015. No ano
passado, houve queda de 10,66%, segundo dados do IBGE. Para este 2017,
especialistas previam nova queda de preço. O efeito da indenização a
transmissoras será, portanto, o de restringir o benefício que chegaria ao
consumidor.
O
imbróglio começou com a publicação da medida provisória 579, em 2012, que tinha
o objetivo de reduzir a conta de luz. Ela previa que as concessões de geradoras
e transmissoras de energia teriam seu vencimento antecipado, mas as empresas
receberiam o pagamento de indenizações por investimentos efetuados e que não
foram devidamente amortizados. Os contratos seriam renovados e condicionados a
receitas menores das empresas. O pagamento das geradoras ocorreu em seguida,
com recursos disponíveis em fundos públicos. O pagamento das transmissoras de
energia, que foi prometido na época, porém, foi arrastado até este ano. Somente
o efeito financeiro desse atraso aumentou a conta em mais de R$ 35 bilhões,
segundo a Aneel.
— O
fato de não ter sido pago naquela época imputou hoje valor considerável para o
consumidor, que não teve gestão na decisão de pagar ou não — disse ontem Reive
de Barros, diretor da Aneel que relatou o processo.
CASO PODE TERMINAR NA JUSTIÇA
Para
Lucas Rodrigues, analista de mercado da Safira Energia, a indenização resulta
da mudança na renovação dos contratos de geração e transmissão:
— O
governo mandou baixar o preço da tarifa. Na época da renovação dos contratos de
concessão, as empresas não tiveram seus ativos remunerados. A indenização é
necessária para atender ao crescimento da demanda de energia.
Segundo
estimativa da Tendências Consultoria, o repasse do custo das indenizações ao
consumidor causará alta de 0,3% na tarifa de energia elétrica no ano. O impacto
sobre a inflação seria de 0,01 ponto percentual. O número é pequeno porque o
cálculo considera apenas o efeito das indenizações a transmissoras, sem levar
em conta outros fatores que influenciam o preço da luz.
A
Light negocia com a Aneel a antecipação de sua revisão tarifária para 15 de
março. A previsão da agência é que a distribuidora tenha alta de 12,36% para
todos os clientes (residencial, comercial e industrial). O peso da indenização
a transmissoras nesse reajuste seria de 4,53 pontos percentuais.
O
reajuste da área da antiga Ampla — hoje Enel — também entrará em vigor em 15 de
março e deverá já incorporar esse efeito. Mesmo com a pressão de alta, isso não
significa que as distribuidoras terão grandes reajustes neste ano. No caso da
Energisa Borborema, a primeira com aumento já aplicado em 2017, a queda seria
de 2,37%, mas tornou-se uma alta de 0,43% por causa das indenizações.
A
decisão da Aneel foi recebida com insatisfação entre os agentes do mercado, e o
assunto pode acabar na Justiça. A Associação Brasileira dos Grandes
Consumidores de Energia (Abrace) argumentou com a agência na consulta pública,
mas não teve seus pleitos para amenizar o impacto nas indenizações acatados.
Antes da decisão da Aneel, Edvaldo Santa, presidente da Abrace, disse que, se a
decisão não fosse favorável, o caminho seria recorrer à Justiça.
O
conselho da Abrace, integrado por empresas como Braskem, Vale, Gerdau e Alcoa,
deve decidir o que fazer após o carnaval. A decisão não agradou às próprias
distribuidoras, que vão receber o dinheiro. Elas achavam que deveriam receber
mais por uma distorção no reajuste do valor entre 2012 e agora.
— É
uma devolução do que nos tiraram em 2012 — disse Mario Miranda, presidente da
Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate).
Miranda
destacou que a demora no pagamento comprometeu a participação das transmissoras
em leilões de novas linhas de transmissão, prejudicando os próprios
consumidores por limitar a concorrência pela construção de linhas. As empresas
com mais recursos a receber são Furnas e Chesf, ambas ligadas à Eletrobras.
—
Quem vai pagar gostaria de pagar menos, e quem vai receber gostaria de receber
mais. Temos essa preocupação, mas estamos simplesmente cumprindo as obrigações
legais. Para a Aneel, não restou alternativa, que não fosse aplicar o que foi
estabelecido — disse Barros, da agência.
Segundo
agentes do mercado, advogados já foram sondados para ingressar em ação judicial
contra a cobrança da indenização das transmissoras. Para eles, há argumentos
jurídicos relevantes para apontar que essa conta deveria ser paga pela União, e
não pelos consumidores.
— A
chance de judicialização é altíssima, e a possibilidade de sucesso para
consumidores é tão grande que tem analistas do mercado financeiro trabalhando
com cenários alternativos nos quais grandes empresas reduzem seus custos na
Justiça — afirmou um agente do mercado sob condição de anonimato. Fonte: Blog do Orlando Tambosi -
Assinar:
Postagens (Atom)