quarta-feira, 26 de abril de 2017

TRÊS MONSTROS SAGRADOS DA CULTURA BRASILEIRA



JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS

Pausa. A coerência exige um a pausa – e essa vai ser dada. Vamos ver o que acontece até o Dia das Mães. Pode acontecer tudo; pode acontecer apenas uma coisa; e, pode até não acontecer nada.

Se não acontecer nada, nós tamo é fudido e mal pagos.

É a merma coisa qui trepar num coqueiro prumode tirar coco, tirar o coco, quebrar o coco e num ter água dentro! É, deduzindo, uma trepada que num valeu de nada.

Então, deixemos pra lá – mas, com certeza o sol começa ficar quadrado para alguns, que precisam voltar aos tempos de limpar o ânus com sabugo de milho, ou papel de embrulho.
Mudemos de assunto. Falemos de coisas boas. Falemos dos nossos valores em todos os setores das nossas vidas. Desliguemos os ventiladores pairados sobre a política – tá fedendo muito.
Assim, quero focar na postagem de hoje, três gênios brasileiros. Nascidos no Brasil. Vividos no Brasil, e, “Morridos” no Brasil.

O primeiro dos nossos valores da banda boa, é o paraibano que resolveu virar pernambucano. Quando menos esperava, virou brasileiro e hoje é cidadão do mundo. Sua genialidade – para usar um termo moderno – “viralizou” e correu em todos os lugares.

Engraçada essa coisa bem brasileira: uma “palestra” do competente, genial, corretíssimo mais que Deus, Lula dos Caetés, custava mais que uma de Ariano Suassuna. É sério esse Brasil?



Ariano Suassuna

“Ariano Vilar Suassuna nasceu na cidade de Nossa Senhora das Neves na Paraíba, atual João Pessoa, no dia 16 de junho de 1927, filho de Rita de Cássia Vilar Suassuna e João Suassuna. Como seu pai era o presidente do estado, cargo que a partir da Constituição de 1937 passou a ser denominado pelo povo como “governador”, Ariano nasceu nas dependências do Palácio da Redenção, sede do Executivo paraibano. No ano seguinte, o pai deixa o governo da Paraíba, e a família passou a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Sousa.

Com a Revolução de 1930, João Suassuna foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro, e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral. Também morou em Campina Grande/PB

A partir de 1942 passou a viver em Recife, onde terminou, em 1945, os Estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde conheceu Hermilo Borba Filho e, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte.

Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito de Recife e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá, na Paraíba. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “O texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.

Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro.

Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, no Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado no Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).

Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão /Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.

Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município. Membro da Academia Paraibana de Letras e da Academia Pernambucana de Letras.” (Transcrito do Wikipédia)

Era final dos anos 60. O Teatro da Lagoa era onde estava o palco. Ingresso barato, de preço quase popular. Na porta da entrada, um cartaz ainda produzido em letras pequenas anunciava uma semana de apresentação de Chico. Chico Anísio, que depois cresceu sem medidas (por reconhecimento merecido) e virou “Chico Anysio” com “ipsilone” e letras luminosas.



Chico Anysio

O “show” tinha a duração de duas horas. Chico ainda não era tão conhecido e admirado como quando “partiu” para outra galáxia. O ponto alto da apresentação, foi “falar” por 30 minutos ininterruptos, frases e palavras iniciadas com a letra “c”. Nada foi dito que não fosse com a letra “c”. Coisa de gênio – e inimitável!

“Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, conhecido artisticamente como Chico Anysio nasceu em Maranguape/CE, a 12 de abril de 1931 e faleceu no Rio de Janeiro, a 23 de março de 2012. Foi um humorista, ator, comentarista, compositor, diretor de cinema, escritor, pintor, radialista e roteirista brasileiro, notório por seus inúmeros quadros e programas humorísticos na Rede Globo, emissora onde trabalhou por mais de 40 anos.
Ao dirigir e atuar ao lado de grandes nomes do humor brasileiro no rádio e na televisão, como Paulo Gracindo, Grande Otelo, Costinha, Walter D’Ávila, Jô Soares, Renato Corte Real, Agildo Ribeiro, Ivon Curi, José Vasconcellos e muitos outros, tornou-se um dos mais famosos, criativos e respeitados humoristas do Brasil.

Chico Anysio mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando tinha sete anos de idade. Decidiu tentar fazer um teste para locutor de rádio quando a sua irmã também faria. Saiu-se excepcionalmente bem no teste, ficando em segundo lugar, somente atrás de outro jovem iniciante, por coincidência, o próprio Silvio Santos. Na rádio na qual trabalhava, a Rádio Guanabara, exercia várias funções: radioator, comentarista de futebol, etc. Participou do programa Papel carbono de Renato Murce. Na década de 1950 trabalhou nas rádios Mayrink Veiga, Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Nas chanchadas da década de 1950, Chico passou a escrever diálogos e, eventualmente, atuava como ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.

Na TV Rio estreou em 1957 o Noite de Gala. Em 1959 estreou o programa Só Tem Tantã, lançado por Joaquim Silvério de Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Total. Além de escrever e interpretar seus próprios textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor fino e inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado algumas canções.

Chico Anysio foi um dos responsáveis pela intermediação referente ao exílio de Caetano Veloso em Londres. Quando completou dois anos de exílio, Chico enviou uma carta para Veloso, para que este retornasse ao Brasil. Caetano e Gilberto Gil haviam sido presos em São Paulo, duas semanas depois da decretação do AI-5, o ato que dava poderes absolutos ao regime militar. Trazidos ao Rio de carro, os dois passaram por três quartéis, até viajarem para Salvador, onde passaram seis meses sob regime de prisão domiciliar. Em seguida, em meados de 1969, receberam autorização para sair do Brasil, com destino a Londres, onde só retornariam no início de 1972.

Desde 1968 esteve ligado à Rede Globo, onde conseguiu o status de estrela num elenco que contava com os artistas mais famosos do Brasil; e graças também a relação de mútua admiração e respeito que estabeleceu com o executivo Boni. Após a saída de Boni da Globo nos anos 1990, Chico perdeu paulatinamente espaço na programação, situação agravada em 1996 por um acidente em que fraturou a mandíbula.

Em 2005 fez uma participação no Sítio do Pica-pau Amarelo, onde interpretava o “Dr. Saraiva” e, recentemente, participou da novela Sinhá Moça, na Rede Globo. Em 2009, participou da dublagem brasileira de Up – Altas Aventuras como o protagonista Carl Fredericksen. O elenco também incluía seu filho Nizo Neto.

Em julho de 2010, o ator reportadamente publicou um texto comentando a morte de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, atropelado aos 18 anos por um carro no Rio de Janeiro. Chico Anysio também falou sobre o caso Eliza Samúdio, a fome na África e os conflitos no Oriente Médio para declarar serem essas as razões pela qual ele era ateu.” (Transcrito do Wikipédia)

Faço mais uma apresentação dos nossos gênios, alertando para um fato: você não vai ver tatuagem, piercing pendurado no nariz ou na sobrancelha, roupa colada no corpo acentuando a “racha” da genitália. Ela é Elis Regina. E, se você quiser, “veja Elis” cantando. Ela é a maior (ops!) e melhor cantora brasileira de todos os tempos. Do tamanho de uma “pimentinha”. Mas, cantava como um “pimentão”!
Como ninguém nem nada no mundo é perfeito – as drogas acabaram nos privando dessa voz maravilhosa e encantadora. Possuidora de uma técnica de apresentação e vocal geniais.



Elis Regina

“Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre, a 17 de março de 1945 e faleceu em São Paulo, a 19 de janeiro de 1982. Foi uma cantora brasileira. Conhecida por sua competência vocal, musicalidade e presença de palco, é considerada por muitos críticos a melhor cantora popular do Brasil a partir dos anos 1960 ao início dos anos 1980; para muitos, a melhor cantora brasileira de todos os tempos, comparada a cantoras como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Billie Holiday. Com os sucessos de Falso Brilhante (1975-1977) e Transversal do Tempo (1978), Elis Regina inovou os espetáculos musicais no país. Foi casada com Ronaldo Bôscoli, com quem teve João Marcello Bôscoli (1970); em 1972, casou-se com o pianista César Camargo Mariano, com quem teve dois filhos: Pedro Camargo Mariano (1975) e Maria Rita Camargo Mariano (1977). Aclamada no Brasil e no exterior, Elis Regina faleceu no auge de sua carreira, aos 36 anos de idade, de uma overdose de cocaína.

Elis foi a primeira grande artista a surgir dos festivais de música na década de 1960 e descolava-se da estética da Bossa Nova pelo uso de sua extensão vocal e de sua dramaticidade. Inicialmente, seu estilo era influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria. Depois de quatro LP’s gravados e sem grande sucesso – Viva a Brotolândia (1961), Poema de Amor (1962), Elis Regina (1963), O Bem do Amor (1963) – Elis foi a maior revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou “Arrastão” de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Tal feito lhe garantiria o convite para atuar na televisão e, pouco tempo depois, o título de primeira estrela da canção popular brasileira, quando passou a comandar, ao lado de Jair Rodrigues, o mais importante programa de música popular brasileira: o Fino da Bossa. Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, então diretor do Fino da Bossa. A partir de 1972, Elis começaria um relacionamento com César Camargo Mariano, que duraria até 1981, em uma das mais bem sucedidas parcerias da Música Popular Brasileira.

Elis Regina cantou muitos gêneros: da MPB, passando pela bossa nova, pelo samba, pelo rock e pelo jazz. Interpretando canções como Madalena, Águas de Março, Atrás da Porta, Como Nossos Pais, O Bêbado e a Equilibrista, Querelas do Brasil, registrou momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo. Ao longo de toda sua carreira, destacou-se por cantar também músicas de artistas, ainda, pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Belchior, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro. Entre outras parcerias, são célebres os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Wilson Simonal, Rita Lee, Milton Nascimento, Gilberto Gil. Com seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano, consagrou um longo trabalho de grande criatividade e consistência musical. Sua presença artística mais memorável talvez esteja registrada nos álbuns Em Pleno Verão (1970), Elis (1972), Elis (1973), Elis & Tom (1974), Elis (1974), Falso Brilhante (1976), Transversal do Tempo (1978), Elis, Essa Mulher (1979), Saudade do Brasil (1980) e Elis (1980).

Elis Regina foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil. Elis Regina morreu precocemente em 1982, com apenas 36 anos, deixando uma vasta obra na música popular brasileira. Embora haja controvérsias e contestações, os exames comprovaram que havia morrido por conta de altas doses de cocaína e bebidas alcoólicas, e o fato chocou profundamente o país na época. Em 2013, foi eleita a melhor voz feminina da música brasileira pela Revista Rolling Stone. Elis foi citada também na lista dos maiores artistas da música brasileira, ficando na 14ª posição, sendo a mulher mais bem colocada. Em novembro do mesmo ano estreou um musical em sua homenagem Elis, a musical.” (Transcrito do Wikipédia) - Texto transportado com cortes de alguns parágrafos gentilmente roubado lá do Blog Besta Fubana. - A manchete e a primeira imagem não fazem parte do texto original - 

Um comentário:

Waltão disse...

ENQUANTO ISTO NEM A MORTE LEVA ESTE LAZARENTO
DO PINGUÇO DE SÃO BERNARDO PARA DAR UM POUCO
DE PAZ AO PAÍS !!!!! O PAÍS ESTÁ NESSA BADERNA TODA
POR CULPA DELE E DA JUMENTA DA FILHADILMA !!!!!!